Mundo enfrentará apagão de 6 milhões de enfermeiros em dez anos, diz OMS

13/04/2020

 Com o crescimento da população e o aumento na parcela de idosos, o mundo enfrentará um apagão de quase 6 milhões de enfermeiros daqui a dez anos, afirma relatório divulgado nesta terça (7) pela OMS (Organização Mundial de Saúde).

 
A profissão tem sido uma das mais importantes no combate à pandemia do novo coronavírus.
 
Em países mais pobres, a carência será ainda mais grave, com a falta de 7,6 milhões de enfermeiros daqui a dez anos. Mesmo em 31 países ricos da OCDE, faltarão profissionais. A previsão é 3,2 milhões de vagas a menos em 2030.
 
O levantamento, feito em 191 países, conclui que será preciso elevar em 8% o número dos que se formam anualmente nas universidades e investir em salários e condições de trabalho para atrair mais pessoas à profissão.
 
Sem incentivos, o mundo deve chegar a 2030 com um total de 36 milhões de enfermeiros, em vez dos 41,8 milhões necessários.
 
Hoje, há 27,9 milhões de profissionais de enfermagem no mundo, mas a distribuição não corresponde à da população. Mais de 80% dos enfermeiros estão em países que somam 50% da população.
 
Como a população cresce mais rapidamente nos países mais pobres, a tendência é que a carência se acentue se não houver políticas públicas específicas.
 
Países mais ricos, porém, também podem ver agravada a falta de profissionais porque sua força de trabalho está envelhecendo. No mundo, 1 em cada 6 enfermeiros vai se aposentar nos próximos dez anos. Nas Américas, a proporção sobe para 1 em cada 4.
 
Na Europa e nas Américas há pouco mais de um enfermeiro jovem para cada outro com mais de 55 anos, e em 18 países (um sexto dos que tinham dados sobre idade dos profissionais), o total de enfermeiros jovens é insuficiente para repor os que se aposentarão. Atualmente, o sistema público de saúde do Reino Unido já tem 108 mil vagas de enfermeiros abertas, e o número cresce em 5.000 por ano.
 
O Japão, que estima falta de 270 mil enfermeiros em cinco anos, abriu um novo programa de vistos para atrair 60 mil profissionais da área, e a Alemanha também não tem enfermeiros no país para ocupar as 36 mil vagas abertas no momento, para o cuidado de doentes e idosos.
 
Em 2030, a estimativa é que faltem 500 mil profissionais no serviço de saúde alemão.
 
Segundo a instituição, também será preciso melhorar o treinamento de lideranças e combater a desigualdade de gênero nos postos de chefia: 90% dos enfermeiros no mundo são mulheres, mas os homens ocupam 75% dos cargos executivos.
 
A África é uma exceção para o padrão feminino da profissão, com 1 homem para cada 3 enfermeiras. Em 13 países do mundo, profissionais masculinos são maioria.
 
Fonte: Folha de SP

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