Profissionais da saúde infectados pelo coronavírus são preocupação para Federação Paulista da Saúde e Coren/SP

14/04/2020

 Enquanto o país registrava 1.124 óbitos em virtude da pandemia provocada pelo coronavírus, 20 deste eram profissionais da área da saúde que foram infectados durante o trabalho e 1.353 estavam infectados. Os números mudam a cada dia, alerta o enfermeiro, Jefferson Caproni, em relação à pesquisa realizada pelo conselho Federal de Enfermagem (Cofen). Caproni é conselheiro no Conselho Regional de enfermagem (Coren-SP) e atendeu a um convite da Federação dos Trabalhadores da Saúde (Federação Paulista da Saúde) para participar de uma videoconferência da diretoria da entidade. O encontro aconteceu na manhã desta segunda-feira, e contou com representantes dos Sindicatos que integram a Federação. 

 
Para Caproni, a situação é preocupante, principalmente em relação ao quesito equipamentos de segurança. Os números ainda estão subestimados, pois vários estados ainda não enviaram os dados, mas eles dão a dimensão do problema enfrentados pelos profissionais da saúde dentro dos estabelecimentos de saúde do Estado de São Paulo e também no restante do Brasil. São Paulo e a região sudeste é onde ocorrem os registros de mais infecção e óbitos. “No total, 60,89% dos trabalhadores infectados estão na região sudeste, contra, por exemplo, 24,91% da região sul, que está em segundo lugar em números de profissionais infectados”, exemplifica Caproni.
 
Dos contaminados, no momento da pesquisa eram 1353, 38,53% eram da faixa etária entre 31 e 40 anos, seguido daqueles profissionais que tem entre 41 e 50 anos. O representante do Coren e os representantes dos Sindicatos dos Trabalhadores da Saúde apontam a falta de equipamentos de segurança como o maior problema nos hospitais. “Mas não são os equipamentos de segurança que são necessários e não existem em número suficiente. Vemos também que os hospitais não estavam preparados para a pandemia. Não existe treinamento das equipes, a correta higienização dos uniformes, dentre outras carências relatadas pelos profissionais da saúde”, destaca Edison Laércio de Oliveira, presidente da Federação Paulista da Saúde.  
De acordo com ele, a participação e integração entre as entidades que representam os trabalhadores da saúde é importante para que se encontre caminhos que levem a maior proteção da categoria. “Estamos fazendo nossa parte, com fiscalização e negociação direta com os hospitais, visando a garantia dos trabalhadores”, frisou ele. Edison lembra que os trabalhadores devem denunciar as más condições de trabalho para que a ação dos sindicatos seja pontual e atenda as demandas. 
 
Nesse sentido, ele lembra também das oito medidas que os profissionais de enfermagem devem adotar, conforme nota técnica expedida pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) publicada no dia 14 de fevereiro, para orientar os profissionais de enfermagem a respeito das questões do atual cenário epidemiológico da doença no país.
 
Confiras algumas recomendações do Cofen aos profissionais de enfermagem:
 
 
• Realizar higiene das mãos antes e depois do contato com os pacientes ou material suspeito e antes de colocar e remover os Equipamentos de Proteção Individual (EPI);
 
• Evitar exposições desnecessárias entre pacientes, profissionais de saúde e visitantes dos serviços de saúde;
 
• Estimular a adesão às demais medidas de controle de infecção institucionais e dos órgãos governamentais (Anvisa, Secretarias e Ministério da Saúde);
 
• Apoiar e orientar medidas de prevenção e controle para o COVID-19;
 
• Reforçar a importância da comunicação e notificação imediata de casos suspeitos para infecção humana pelo COVID-19;
 
•  Manter-se atualizado a respeito dos níveis de alerta para poder intervir no controle e prevenção deste agravo;
 
•  Estimular a equipe de enfermagem a manter-se atualizada sobre o cenário global e nacional da infecção humana pelo COVID-19;
 
• Orientar e apoiar o uso, remoção e descarte de equipamentos de proteção individual para os profissionais das equipes de enfermagem de acordo com o protocolo de manejo clínico para infecção humana pelo COVID-19, conforme recomendação da Anvisa.
 
A nota técnica também ressalta a necessidade das instituições de saúde garantirem tanto a estrutura quanto os equipamentos e materiais necessários para o manejo de casos, garantindo aos profissionais de Enfermagem uma atuação segura e livre de riscos à sociedade, conforme estabelece o Código de Ética.
 
Fonte: Nota Técnica publicada pelo Cofen
 

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