Ribeirão Preto, SP, pode ser referência nacional em exames de Covid-19, diz diretor da Fiocruz

03/07/2020

 O diretor da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Ribeirão Preto (SP), Rodrigo Stabeli, afirma que com a chegada do primeiro lote com 17 mil testes sorológicos vindos da unidade do Rio de Janeiro na primeira quinzena de julho, e com dois robôs que serão instalados no Supera Parque para processar exames RT-PCR de Covid-19, a cidade pode se tornar referência no Brasil no controle da pandemia.

 
Ao chegarem à cidade, os lotes da Fiocruz serão encaminhados para Unidade Básica Distrital de Saúde (UBDS) do Castelo Branco, na zona leste, transformada em laboratório exclusivo para testes sorológicos. A expectativa é que se façam 200 testes por hora e mil testes por dia.
 
“Talvez seja a primeira cidade do Brasil a ter alta capacidade de testes de PCR e alta quantidade de testes sorológicos, de forma que a gente consiga mapear o positivo, seus contactantes e isolar, para que eles não passem para frente o vírus”, diz.
 
A transferência dos testes foi negociada diretamente com a Fiocruz do Rio de Janeiro e não teve custos para a Prefeitura. Assim que a demanda do primeiro lote esgotar, a unidade local faz mais pedidos até que se atinja o limite de 50 mil amostras.
 
Esses exames não dão o diagnóstico completo da Covid-19, mas apontam a presença dos anticorpos IgA, IgG ou IgM no sangue do paciente após exposição ao vírus. Com o resultado, o paciente será orientado a passar por consulta médica.
 
“O principal benefício é que o teste que vai auxiliar o inquérito epidemiológico da cidade para que se possam isolar as pessoas que estão positivas ou não, dependendo do inquérito clínico”, explica Stabeli.
 
Procedimento
Diferente dos chamados testes rápidos, dos quais o resultado pode ser conhecido em até 15 minutos após o paciente ter o dedo furado para a captação do sangue, esses exames prometem o diagnóstico com um pouco mais de tempo, 49 minutos, e mais completo.
 
As amostras foram adquiridas pela Fiocruz do Rio de Janeiro junto à norte-americana Abbott e foram analisados por técnicos do Laboratório Nacional de Controle de Qualidade da Saúde, órgão ligado ao governo federal.
 
O sangue venoso do paciente é coletado, passa pelo processo de centrifugação e é colocado em uma máquina específica para a captação do resultado, instalada na UBDS do Castelo Branco.
 
A proposta é que e as unidades básicas de saúde e os centros de coleta da Prefeitura façam os testes e levem para o laboratório central. A Secretaria Municipal de Saúde deve definir o protocolo nos próximos dias.
 
No entanto, a fundação pediu para que todos os profissionais de saúde fossem priorizados nesta primeira etapa, já que a população está guarnecida de quatro pontos de testagem RT-PCR na cidade: Hospital das Clínicas, Hemocentro, unidade regional do Instituto Adolfo Lutz e Supera Parque
 
”É interessante entender como é que está esse profissional de saúde, se está imune ou se não está. Se a gente tiver muito profissional de saúde doente, a gente vai ter menos capacidade de atendimento na UTI, por exemplo. Se ele estiver imune, é importante que cuide do paciente já sabendo que não coloca ninguém em risco”, explicou.
Sem atrasos
O prefeito Duarte Nogueira (PSDB) disse nessa semana que 'não haverá mais atrasos' na divulgação dos resultados de exames RT-PCR, o mais completo para a Covid-19, depois que os dois robôs, um cedido pela Fiocruz, e outro pelo Instituto Butantan, forem instalados na cidade.
 
A previsão é de que isso aconteça na primeira quinzena de julho. Os equipamentos, juntos, podem fazer até 1,6 mil exames por dia, processando amostras de nasofaringe.
 
Atualmente, o Supera Parque trabalha em três turnos a demanda da cidade, mas o sistema robotizado deve reduzir de quatro para duas horas a extração do código genético do vírus.
 
De acordo com o último boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde, a cidade tem 5.452 casos de Covid-19 e 168 mortes por complicações da doença. Segundo a pasta, 4.489 pessoas ainda aguardam os resultados de exames feitos para o novo coronavírus.
 
Fonte: G1
Foto: Reprodução/EPTV

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