Marta Diório: depois da covid-19 vem a canseira

06/07/2020

 Marta Regina Ramos Diório, técnica de enfermagem de 62 anos de idade e funcionária da Santa Casa de Jaú, está nas estatísticas como “curada” de covid-19 desde meados de maio. Mas ela ainda sofre uma das conseqüências causadas pelo coronavírus e que tem sido comum às vítimas, mesmo que não tiveram o estado grave da doença.

Marta teve poucos sintomas quando contraiu a doença. Mas deixou de ser a mesma pessoa desde então. Diz que a covid-19 deixou nela a seqüela da canseira. “Mais de dois meses depois ainda sinto muita canseira. Ando um quarteirão a pé e já me canso. Tenho de parar e tomar água . Não é falta de ar, mas uma canseira forte.”

Jornada dupla  - Acostumada a ter jornada dupla na enfermagem, uma vez que até se aposentar dois anos atrás trabalhava à noite na Santa Casa de Jaú e durante o dia no SAMU – são 24 anos no hospital e foram 7 anos de serviço de urgência. Hoje, atua apenas no setor de Pronto-Socorro Infantil da Santa Casa . Segundo ela, o serviço é tranqüilo, por isso consegue dar conta sem se cansar. “No SAMU era outro ritmo, um entra e sai da viatura. E não me cansava por nada.”

“Estou muito preocupada com essa canseira que não passa. Vou procurar um médico cardiologista. E se for o caso até um pneumologista”, conta a técnica de enfermagem. Ela vai pagar as consultas aproveitando-se dos descontos que o Sindicato dos Trabalhadores da Saúde oferece. Marta, além de sócia do sindicato há 17 anos, também  é diretora da entidade de classe.

Antes, quando recebeu o diagnóstico de covid, não se alarmou, apesar de ser do grupo de risco. Ao chegar em casa, porém, onde mora com marido e filho, e recebe a neta sempre, ficou nervosa temendo infectar os familiares. Naquela hora a ficha caiu. Nervosa, não dormia direito e chegou a tomar remédio para ansiedade. O isolamento foi total dentro de casa.

Diagnóstico  - Marta Diório conta que o teste positivo para covid foi em 30 de abril.  Teve tosse seca por dois dias, secura no nariz e forte dor de cabeça. A tosse ela deu jeito com um xarope. Pra dor, achava que era a sinusite “companheira” de várias jornadas. Para isso tomou azitromicina receitada por uma médica.

No quarto dia de sintomas foi fazer o teste. Assim como sua chefe, que também testou positivo. Fez Raio-X e depois uma tomografia. O médico desconfiou da covid e pediu a coleta de SWAB. Foi afastada por sete dias. Quando saiu o resultado o afastamento foi ampliado para 14 dias. Não conseguiu voltar. Nova tomo mostrou que ainda não estava bem. Mais sete dias de afastamento. Após 21 dias voltou a trabalhar e entrou para o quadro de “pacientes curados”. Nem tanto. 

Paulo Cesar Grange

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