Unicamp coordena estudo para entender possíveis impactos do coronavírus durante a gravidez

13/07/2020

 A Unicamp está coordenando um estudo nacional para entender possíveis impactos do coronavírus na gravidez. A ideia é monitorar gestantes que testaram positivo para Covid-19 ou apresentaram sintomas gripais até o parto, coletando amostras de tecidos biológicos e fluídos para identificar onde há presença viral. Uma das perguntas que os cientistas querem responder é sobre a possibilidade de transmissão vertical e, caso ela ocorra, quais riscos oferece aos bebês e às mães.

 
De acordo com Maria Laura Costa do Nascimento, professora do departamento de Obstetrícia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp e responsável pela pesquisa, apesar de a gravidez não parecer aumentar o risco de infecção pela Covid-19, há dúvidas sobre uma eventual piora do quadro ou maior gravidade ou mortalidade devido à gestação.
 
"As principais complicações descritas durante a gestação com infecção por Covid são: parto pré termo, aumento das taxas de cesárea, rotura prematura de membranas e sofrimento fetal", detalha a pesquisadora.
 
No Hospital da Mulher Prof. Dr. José Aristodemo Pinotti (Caism), na Unicamp, o grupo monitora 20 gestantes com diagnóstico de Covid-19. Entre elas, seis já tiveram todas as coletas de material biológico, ou seja, já realizaram o parto.
 
No Caism, um dos casos foi de parto prematuro, de 34 semanas, mas tanto a criança quanto a gestante passam bem - a mãe já recebeu alta, inclusive. Em Campinas, entretanto, uma mulher de 30 anos, com diagnóstico positivo para Covid-19, morreu logo após o parto - o caso não ocorreu na Unicamp.
 
Para avaliar os possíveis impactos da Covid, os pesquisadores farão coletas de dados e exames do diagnóstico da doença até a fase de amamentação.
 
Para diagnosticar a doença, além da coleta do SWAB, os cientistas fazem a coleta de sangue, urina e fezes da gestante. Depois, durante o parto, são retiradas amostras de placenta, liquido amniótico e sangue do cordão. Posteriormente, são retirados para análise o leite materno e amostras dos bebês.
 
A proposta integra a Rede Brasileira em estudos do COVID-19 em Obstetrícia (Rebraco), foi apresentada em maio e prevê uma avaliação de dados coletados durante três meses em 17 diferentes centros e maternidades espalhados pelo Brasil.
 
A coleta de amostras biológicas, devido a especificidade e necessidades técnicas de armazenamento e testagem, com laboratórios de biossegurança para manipulação do vírus, não serão realizados em todos os centros participantes. Em outros, serão feitos questionários para obtenção de informações das gestantes.
 
Centros participantes
Hospital da Mulher Prof. Dr. José Aristodemo Pinotti - CAISM/Unicamp, Campinas/SP
Faculdade de Medicina de Jundiaí - HU/FMJ, Jundiaí, SP
Hospital Estadual de Sumaré - HES, Sumaré/SP
Universidade Federal de Pernambuco - HC/UFPE, Recife/PE
Universidade de São Paulo - USP/Ribeirão Preto, Ribeirão Preto/SP
Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP/EPM, São Paulo/SP
Universidade Federal do Ceará - MEAC/UFC, Fortaleza/CE
Hospital das Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre/RS
Instituto Fernandes Figueira - IFF/Fiocruz, Rio de Janeiro/RJ
Hospital Moinhos de Vento-HMV, Porto Alegre
Universidade Federal do Paraná - HC/UFPR - Curitiba/PR
Hospital UNIMED - UNIMED/BH, Belo Horizonte/MG
Universidade Federal de São Carlos - UFSCAR/Santa Casa de São Carlos, São Carlos, SP
Hospital Regional Jorge Rossmann - Instituto Sócrates Guanaes-Itanhaém, SP
Universidade Federal de Minas Gerais - HC/UFMG, Belo Horizonte/MG
Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de São Paulo - FMB/UNESP, Botucatu/SP
Maternidade Climério de Oliveira - MCO-UFBA, Salvador/BA
 
Fonte:G1
Foto: Reprodução/EPTV

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