Coronavírus: profissionais de saúde voluntários em Campinas iniciam triagem para teste da vacina chinesa

14/07/2020

Profissionais de saúde de Campinas (SP) e região que quiserem se candidatar como voluntários para o teste da vacina chinesa contra o coronavírus podem fazer a triagem oficialmente a partir desta terça-feira (14). O processo ocorre pelo sistema divulgado nesta segunda (13) pelo Instituto Butantan, que realizou a parceria com a farmacêutica da China para a fase 3 dos ensaios clínicos.
 
Entre os pré-requisitos, os candidatos devem ter fácil acesso ao Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, um dos 12 centros de pesquisa no Brasil que integram a testagem. Para isso, podem morar em Campinas ou cidades próximas. A plataforma pode ser acessada pelo site do Governo do Estado de São Paulo.
 
Veja os critérios para ser voluntário:
 
Precisa ser profissional de saúde atuando no combate à Covid-19
Não pode já estar participando de outros estudos clínicos
Não pode ter contraído a Covid-19
Mulheres não podem estar grávidas ou terem intenção de engravidar nos próximos três meses
Não pode ter doenças instáveis ou precisar de medicações que alterem a resposta imune
Morar perto do centro de testagem
"A nova plataforma permite que o voluntário interessado responda a algumas perguntas iniciais para saber se tem o perfil necessário para participar dos testes. Após esta etapa, serão informados os endereços dos centros de pesquisa que devem ser procurados para, enfim, iniciarem todos os processos necessários para confirmar a participação. Cada centro ficará responsável pelas informações coletadas dos voluntários, que serão sigilosas", informou o governo estadual.
 
De acordo com o Instituto Butantan, após o candidato obter o resultado de que está apto ao fim da triagem, ele deverá entrar em contato diretamente com o centro de testagem selecionado, dado o sigilo das informações, a partir desta terça para realizar a inscrição.
 
O prazo do recrutamento dos voluntários vai depender de cada centro de testagem. O HC da Unicamp informou que vai divulgar, nesta terça, os detalhes de como o processo vai ocorrer em Campinas.
 
A aplicação da vacina será feita a partir de 20 de julho. A informação do número de voluntários recrutados caberá a cada centro. Ao todo, o estudo prevê 9 mil profissionais de saúde, sendo que metade receberá a vacina e a outra, o placebo.
 
O Instituto Butantan prepara uma fábrica para disponibilizar, caso a vacina tenha sucesso, cerca de 100 milhões de doses. Além disso, o acordo com a empresa chinesa prevê o envio de 60 milhões de doses para o Brasil ao fim do estudo. A previsão é disponibilizar as doses parara a população até junho de 2021.
 
Anticorpos em 90% dos testados
A empresa chinesa de biotecnologia Sinovac, que produz a vacina em teste junto ao Butantan, anunciou que a etapa em laboratório induziu a produção de anticorpos em mais de 90% dos pacientes que receberam a dose.
 
A Anvisa informou que as fases 1 e 2, feitas em humanos saudáveis e em animais, demonstraram bons resultados com o esquema de duas doses da vacina.
 
Os testes serão realizados em 12 centros de testagem, localizados em cinco estados e no Distrito Federal.
 
Em SP, as unidades são: Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), Instituto de Infectologia Emílio Ribas, Hospital Israelita Albert Einstein, Universidade Municipal de São Caetano do Sul, Hospital das Clínicas da Unicamp, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto e Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto.
 
Como funciona a vacina CoronaVac
A vacina da Sinovac já foi aprovada para testes clínicos na China.
Usa uma versão do vírus inativado. Isso quer dizer que não há a presença do coronavírus Sars-Cov-2 vivo na solução, o que reduz os riscos deste tipo de imunização.
Vacinas inativadas são compostas pelo vírus morto ou por partes dele. Isso garante que ele não consiga se duplicar no sistema. É o mesmo princípio das vacinas contra a hepatite e a influenza (gripe).
Ela implanta uma espécie de memória celular responsável por ativar a imunidade de quem é vacinado. Quando entra em contato com o coronavírus ativo, o corpo já está preparado para induzir uma resposta imune.
 
Cientistas chineses chegaram à fase clínica de testes – ensaios em humanos – em outras três vacinas. Uma produzida por militares em colaboração com a CanSino Biologics, e mais duas desenvolvidas pela estatal China National Biotec.
 
Fonte: G1
Foto: Marcos Santos/USP Imagens
 

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