Reinfecção de trabalhadores da saúde por Covid-19 alerta especialistas

02/12/2020

 Suspeitas de casos de reinfecção de trabalhadores da saúde por Covid-19, relatados em reuniões do Conselho Nacional de Saúde (CNS), provocaram um alerta sobre a possibilidade desse risco para a população em geral. “Falta no Brasil uma transparência muito grande sobre o assunto. Não bastam medidas de segurança e isolamento, há muita morosidade no rastreamento e testagem do vírus”, afirma a conselheira Débora Melechhi. Ela considera que, mesmo depois que o medicamento estiver à disposição no país, os riscos devem perdurar por mais um ano.

 
“Precisamos implementar a política nacional de vigilância da saúde”, enfatiza a conselheira nacional. Ela explica que isso inclui a vigilância epidemiológica, “que é central para esse rastreamento de testes e análise da realidade local” e também inclui a vigilância de saúde do trabalhador, “que está muito longe da atuação efetiva”.
 
Débora Melecchi acentua os cortes nos recursos emergenciais de R$ 35 bilhões para 2021, somando-se a perdas na saúde que chegaram a R$ 22 bilhões entre 2018 e 2020. O debate do dia 9 de dezembro será para levantamento de dados sobre a Covid-19 e definição de propostas para controle social e cobrança de ações do governo federal.
 
A conselheira do CNS comenta que “a testagem praticamente inexiste no país”. Essa negligência tem sido apontada por especialistas como razão da impossibilidade de afirmar se há reinfecção, já que não há material para comparação pelo menos nas unidades da rede pública de atendimento à saúde. Os laboratórios que guardam coletas são de algumas universidades e alguns centros de pesquisa, por exemplo.
 
Na pauta
O debate do dia 9 será virtual e contará com as participações já confirmadas do especialista da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) e professor da faculdade de medicina da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Famed/UFMS), Júlio Croda, e do presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Eduardo de Oliveira. Também estão na pauta do encontro a tendência de alta dos números do coronavírus, a estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS) para enfrentamento da doença e a situação de populações vulneráveis como negros, índios, moradores de rua, quilombolas e ribeirinhos.
 
Débora Melecchi comenta que o vírus sofre mutações e por esse motivo ainda se desconhece o período em que as vacinas podem garantir imunidade. “São muitas as interrogações”.
 
Segundo ela, as preocupações estão redobradas. Por muitos motivos. Um deles é que o número de casos no Brasil volta a crescer em todos os estados indicando uma piora da situação em novembro, de modo mais acentuado nas cidades mais populosas, às vésperas das festas de verão, Natal e Ano Novo, que são motivos para aglomerações e aumento de riscos de contaminação, justamente em momento em que há flexibilização das medidas de distanciamento social, com reabertura de comércio e retorno parcial às aulas presenciais.
 
Fonte: Extra Classe
 

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