Hospitais se unem para sobreviver

25/01/2021

 Em busca de recursos financeiros que podem significar a sobrevivência de muitas entidades e hospitais filantrópicos que integram a rede do Sistema Único de Saúde (SUS), uma frente batizada de "Saúde São Paulo", pretende levar demandas e requerer recursos vindos de emendas parlamentares.

A iniciativa, criada pelo Hospital Maternidade de Campinas, em parceria com as entidades pretende se aproximar dos 94 deputados estaduais, além de três senadores e 70 deputados federais que representam São Paulo e que, juntos, dispõem de um montante de R$ 3,3 bilhões que podem ser direcionados à saúde segundo levantamento do grupo.
 
"Os hospitais filantrópicos e públicos sofrem com a gestão de seus orçamentos em razão da tabela deficitária de pagamentos do SUS. As emendas parlamentares servem de incremento nas receitas dessas unidades hospitalares que prestam atendimento ao serviço público de saúde", explica o médico Carlos Eduardo Ferraz, presidente da Maternidade de Campinas.
 
Lá é necessário uma receita mensal de R$ 10 milhões. Mas, o valor máximo atingido pelo hospital foi R$ 8,5 milhões. E de acordo com a entidade, a pandemia elevou os custos de muitos produtos e ainda fez com que a arrecadação caísse para até R$ 7 milhões em alguns momentos. O déficit junto ao SUS acumula R$ 1,7 milhão.
 
"Com os valores das emendas seria possível custear parte da despesa e ainda investir em novos equipamentos e tecnologias, que podem trazer mais segurança para os pacientes e médicos", explica Ferraz.
 
O diretor Clínico do Hospital da PUC Campinas, Carlos Augusto Mattos, complementa: "Os gastos com o SUS são cada vez maiores e o déficit constante. As emendas vêm ajudar nos investimentos novos, para aquisição de equipamentos, tecnologia, atualizações e treinamentos."
 
Compromisso
O deputado federal, Carlos Sampaio (PSDB), de Campinas, afirma que a destinação das emedas pelos parlamentares é um compromisso com o eleitorado. "Enviar esses valores às cidades que os elegeram é uma obrigação, não um favor. É a forma de retribuir a confiança do eleitor que o elegeu", diz Sampaio. Ele explica que no caso das emendas federais elas são impositivas, ou seja, o governo tem a obrigação de enviar o dinheiro para a cidade indicada independente do deputado fazer ou não parte do governo. "Se não cumprir a determinação, comete crime de responsabilidade."
 
Para o deputado estadual Rafa Zimbaldi (PL), com base em Campinas, é preciso que os parlamentares realmente estejam mais próximos de suas bases. "Muitas vezes, o deputado nem conhece a realidade desses hospitais filantrópicos. E outras vezes, o deputado até libera a verba, mas por perseguição política o município acaba perdendo o dinheiro."
 
Outro lado
Em nota, o Ministério da Saúde informa que realiza, periodicamente, adequações na tabela do SUS. Segundo a pasta, desde 2010, mais de mil procedimentos tiveram os valores reajustados.
O ministério informa que em 2020, foram repassados ao Estado de São Paulo R$ 11,3 bilhões para custeio dos serviços de alta e média complexidade.
 
Sobre o Saúde São Paulo
Fazem parte do projeto o o Hospital e Maternidade Celso Pierro (PUCC), o Complexo Hospitalar da Unicamp, a Real Sociedade Portuguesa de Beneficência, a Irmandade Misericórdia de Campinas (Irmãos Penteado), Hospital Amaral Carvalho (Jaú) e a Associação e Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus que faz a gestão de 17 unidades hospitalares do Estado.
 
Fonte: Correio Popular

Telefone: (19) 3397-0993
Campinas Centro Empresarial Conceição - 17o andar, sala 1701 Rua Conceição, 233, Centro, Campinas - SP Ver no mapa