Passeata, greve, direitos das mulheres e muitos debates enriquecedores integraram o 6º Congresso Mundial da Une Global

04/09/2023

 “O fim é o começo. Agora é trabalhar.” Essa é a conclusão cheia de sabedoria do presidente da Federação Paulista da Saúde, Édison Laércio de Oliveira, que essa semana integrou o 6º Congresso Mundial da Uni Global Union, um sindicato global que representa mais de 20 milhões de trabalhadores nos setores de serviços em 150 países. 

Édison integrou a greve junto com Delegações de vários Países que foram se solidarizar com a greve de 1700 profissionais da Saúde de um grande grupo privado, deflagrada no dia 04 de agosto pela redução da jornada de trabalho que, muitas vezes, ultrapassa 60 horas semanais e pela contratação de novos profissionais.
 
O Congresso chegou ao fim na quinta-feira, dia 31 de agosto, na Filadélfia, marcando o fim de uma semana revigorante onde sindicalistas de 109 países se reuniram para discutir questões prementes que afetam os trabalhadores em nível mundial. A energia e o envolvimento durante todo o Congresso foram exemplares, culminando na reeleição de Christy Hoffman como Secretário Geral e de Gerard Dwyer como o novo Presidente da UNI .
O Brasil estava lá, buscando conhecimentos, referências e novos caminhos para o trabalho sindical que precisa evoluir, criar um novo conceito e corresponder às expectativas dos trabalhadores. A categoria da saúde se renova todos os dias e o mundo atual trouxe tantas inovações como o trabalho flexível, a pejotização, a flexibilização e tantas outras nuances inovadoras que precisamos estar atentos. “Isso exige inovação por parte do movimento sindical, que deve defender os trabalhadores, mas modernizando os métodos e processos”, frisa Édison Laércio de Oliveira. “Os desafios são enormes, mas também as oportunidades. Então, temos de conciliar o trabalho de forma a trazermos resultados positivos para os trabalhadores”, reforça Édison.
Passeata global
Nessa semana, ele teve uma agenda cheia de atividades que envolveram a participação em debates que duraram o dia inteiro. Além disso, integrou uma passeata mundial e exemplar, com cerca de 3 mil pessoas em favor de 134 mil empregados de limpeza da SEIU em todo o país que pressionam por aumentos salariais para acompanhar a inflação e para proteger benefícios de cuidados de saúde que salvam vidas. 
Prêmio para trabalhadores da saúde
“Mais uma ação emocionante e que envolveu os trabalhadores da saúde”, conta Édison de Olievira. A UNI Global Union entregou o prêmio Freedom from Fear ao sindicato de cuidados ucraniano Be Like Nina, que continuou a lutar pelos direitos dos trabalhadores em condições de guerra. Oksana Slobodiana, prestadora de cuidados e cofundadora da organização, recebeu o prémio no Congresso Mundial da UNI, em Filadélfia. 
 
Fundada em 2019, depois da enfermeira Nina Kozlovska ter expressado as suas preocupações sobre as difíceis condições de trabalho na Ucrânia no Facebook, a Be Like Nina cresceu desde então e inclui mais de 82.000 membros. Tornou-se uma organização registada do movimento social ucraniano em 2020 e um sindicato em 2021. 
Desde que os combates eclodiram na Ucrânia, os trabalhadores não têm lutado apenas para fornecer cuidados de saúde numa zona de guerra. A imposição da lei marcial, as ameaças frequentes à sua segurança e o estabelecimento de contratos de zero horas acrescentaram encargos a uma carga já esmagadora. Apesar de tudo, Be Like Nina permaneceu ativo para apoiar os profissionais de saúde em tempos cada vez mais traiçoeiros. Ajudou a conseguir a reintegração de enfermeiros despedidos ilegalmente nas regiões de Lviv e Poltava.
 
Também recuperou salários não pagos em diversas instituições médicas. Be Like Nina intensificou a formação e a assistência humanitária, como alojamento para pessoas deslocadas internamente, medicamentos e outras necessidades para profissionais de saúde, e apoio psicológico para médicos.trabalhadores que se encontram em crise , o que é muito comum.
Juventude e carta do presidente  Lula
A Presidente da Juventude da UNI, Lucimara Malaquias, chamou a atenção para as questões que afetam os jovens no local de trabalho: “Os jovens trabalhadores em todo o mundo já têm duas vezes mais probabilidades do que os trabalhadores adultos de viver na pobreza extrema e, na próxima década, um bilhão de jovens irão entrar no mercado de trabalho. Com 90% dos jovens provenientes de países em desenvolvimento. Estes trabalhadores enfrentarão um futuro de emprego irregular, precário e informal, com falta de oportunidades, trabalho digno e salários dignos. ”
Congresso reafirma foco da luta
O congresso concluiu com o sentimento unânime de que a luta pelos direitos dos trabalhadores, pelos valores democráticos e pela justiça social é universal. O evento serviu como um poderoso lembrete do impacto que a ação coletiva pode ter nas vidas individuais em todo o mundo, terminando com um compromisso de solidariedade e ação sustentadas.
Como Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente do Brasil, lembrou à multidão em uma carta ao Congresso lida por Juvandia Moreira Leite do sindicato brasileiro, CONTRAF-CUT: “Temos a mesma linguagem: a linguagem do trabalhador. Expressa a luta dos oprimidos. E canta canções de igualdade e sonha com uma vida digna e um futuro melhor!”
Christy Hoffman em seu discurso, após eleita secretária geral, faou sobre os enormes desafios e oportunidades que os sindicatos enfrentam em todo o mundo.
“Este é um ambiente que exige ambição e estratégia para traduzir o que pode ser um momento passageiro numa mudança duradoura e num salto em frente na cobertura da negociação. Como ouvimos repetidas vezes, precisamos de negociações no local de trabalho, mas também precisamos de mais. Precisamos de negociação setorial. Precisamos de estruturas que permitam aos sindicatos prosperar e não sobreviver. Precisamos de sindicatos para todos, não para uma fatia estreita”, finalizou ela.
Édison Laércio de Oliveira, em nome dos trabalhadores da saúde brasileiros, assina embaixo de cada decisão do 6º Congresso Mundial e traz todas essas novidades e decisões para compartilhar com as lideranças brasileiras e também com os trabalhadores. 
 
Durante o seu discurso de aceitação, Hoffman falou sobre os enormes desafios e oportunidades que os sindicatos enfrentam em todo o mundo.
“Este é um ambiente que exige ambição e estratégia para traduzir o que pode ser um momento passageiro numa mudança duradoura e num salto em frente na cobertura da negociação. Como ouvimos repetidas vezes, precisamos de negociações no local de trabalho, mas também precisamos de mais. Precisamos de negociação setorial. Precisamos de estruturas que permitam aos sindicatos prosperar e não sobreviver. Precisamos de sindicatos para todos, não para uma fatia estreita”, disse ela.
 
 
 

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