A diretoria do Sinsaúde marcou presença no Seminário  “Protagonismo”, promovido pela UGT (União Geral dos Trabalhadores), nesta terça-feira (19/08), no Hotel Nacional Inn, em Campinas. 

 

O encontro reuniu cerca de 250 líderes sindicais de todo o Estado de São Paulo e contou com a presença do presidente do Sinsaúde e da Federação da Saúde do Estado de São Paulo, Edison Laércio de Oliveira, que integrou a mesa de debates ao lado de Amauri Mortágua, presidente da UGT, entre outros representantes. O prefeito de Campinas, Dário Saadi, prestigiou o evento.

 

“O evento fortalece o movimento sindical do estado de São Paulo. As lideranças, como os diretores da saúde, agora estão mais preparados para levar para base temas importantes, como o fim da jornada de 6x1. No caso do Sinsaúde, a categoria já tem há muito tempo uma jornada de 36 horas, com folgas, e de 30 horas, na maioria dos acordos coletivos, ou seja, é uma referência de vitória”, disse Edison.

 

A socióloga e técnica do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), Camila Ikuta, abordou três temas atuais para o movimento sindical, como o fim da jornada de 6x1, tarifaço dos EUA e justiça tributária.

 

O movimento sindical é a favor do fim da jornada de 6x1, ou seja, 6 dias trabalhados com apenas uma folga, porque ela gera excesso de desgastes físicos e mentais, prejuízos familiares, sociais e financeiros.

 

Para Camila, o fim da jornada vai contribuir para o melhor desenvolvimento social e econômico. “Porque vai reduzir o desemprego, abrindo mais vagas, porém, não aceitamos a redução de salários e bancos de horas. Com o fim dessa jornada, vamos ver donas de casa voltando ao mercado de trabalho, ainda será possível ter tempo para qualificação profissional, para o lazer, e, além disso, serão reduzidos os índices de acidentes de trabalho e de doenças mentais, por exemplo”, disse.

 

Atualmente, o Brasil tem 6,3 milhões de desempregados e 2,8 milhões de desalentados, pessoas que não buscam por emprego porque perderam a esperança de conseguir, de acordo com as informações do IBGE, de 2025.

 

 

O tarifaço do presidente dos EUA também foi alvo de debate durante o encontro. A imposição de maiores tarifas para os produtos que o Brasil exporta para os EUA pode ter um impacto para vários setores brasileiros, mesmo com algumas isenções.

 

“Estudo do Dieese mostra que se nada for feito no país, pode ter um impacto em até 726 mil empregos, mas o Brasil está discutindo um pacote de medidas que pode ajudar a manter os empregos que existem, diminuindo os impostos e ainda criando um pacote de crédito para as empresas afetadas”, comentou Camila.  

 

 

A desigualdade no Brasil é uma das piores do mundo, sendo medidas e políticas públicas necessárias para reduzir as diferenças. Uma das estratégias importantes é isentar a carga tributária para quem recebe até R$ 5 mil, conforme o Projeto de Lei 1087/25.

 

“Não vai resolver todos os problemas do país, mas vai de encontro com a justiça tributária. Hoje, cerca de 26 milhões de pessoas no Brasil estão nessa faixa de renda”, disse.

 

 

O presidente da UGT, Mortágua, disse que o encontro teve o objetivo de debater os temas mais importantes da atualidade que envolvem o mundo do trabalho.

 

“Estabelece uma unidade de ação de todos os sindicatos, de todas as categorias, no Estado de São Paulo, no sentido de contribuir com debates sobre temas como o “Plebiscito Popular por um Brasil mais Justo”, pelo fim da jornada de trabalho 6x1. É o movimento sindical junto com a sociedade em busca de soluções para melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores e contribuir com o desenvolvimento econômico do país”, disse.

 

 

 

O “Plebiscito Popular por um Brasil mais Justo” para o fim da jornada de trabalho 6x1, 6 dias de trabalho e um dia de folga, está disponível para votação no site: https://plebiscitopopular.org.br/

 

 

 

Fonte: Sinsaúde CAmpinas e Região