O boletim “De Olho nas Negociações”, do Dieese, apurou ganhos reais em 73,7% das negociações analisadas com data-base em setembro. Acordos que igualaram o INPC foram 12,2%, enquanto 14,1% dos reajustes salariais ficaram abaixo da inflação.
Dados abrangem 156 negociações, número considerado baixo por Luís Ribeiro, técnico do Dieese. Ele explica que o quadro ainda deve se alterar, à medida que novos acordos forem fechados. “Setembro é data-base de categorias fortes, como metalúrgicos, petroleiros e bancários. Por isso, a tendência é que os resultados do mês sejam mais positivos”, afirma.
No ano, o Dieese já analisou 14.899 acordos. Desses, 78,7% trouxeram ganhos reais, 13,1% apenas repuseram o INPC e 8,2% ficaram abaixo da inflação. Luís Ribeiro analisa: “O quadro é de estabilidade. Observamos pequenas variações a cada mês, mas no acumulado em 12 meses os ganhos reais sempre giram em torno de 80%”.
Regiões – O Sudeste (83% de ganhos reais) e o Sul (82%) foram as regiões com melhores resultados nas negociações no mês de setembro. Em contrapartida, Nordeste (68,8%) e Norte (70,5%) tiveram os piores números. Para Luís, “dados refletem outros indicadores socioeconômicos e atestam a desigualdade regional que ainda predomina no País”.
Setores – Com 80,8%, a Indústria teve o maior percentual de negociações com ganhos reais, seguida por Comércio (78,4%) e Serviços (78,2%). O setor rural apresenta resultados que destoam: 72,5% de acordos acima da inflação e 18,7% deles abaixo do INPC.
Isenção – Para Luís Ribeiro, a isenção de Imposto de Renda sobre salários até R$ 5 mil e os descontos para quem recebe até R$ 7.350,00 devem ter impacto positivo sobre as negociações coletivas do ano que vem. Ele explica: “Isso significará mais dinheiro no bolso do trabalhador, o que tende a estimular o consumo e gerar um ciclo virtuoso na economia”.
Fonte: AgÊncia Sindical