Relatório Global de Riqueza 2024 da UBS demonstra que a concentração dinheiro aumenta a cada ano

09/08/2024

Em 2023, o crescimento da riqueza em todo o mundo se recuperou de sua contração de 3% no ano anterior, segundo o Relatório Global de Riqueza, elaborado pela Credit Suisse, banco que foi incorporado pela transnacional UBS. A contração em 2022 foi amplamente atribuída aos efeitos cambiais, ou seja, um dólar (USD) forte. No entanto, a recuperação de 4,2% compensou a perda de 2022, independentemente de ser expressa em USD (dólar) ou moedas locais, e foi impulsionada pelo crescimento na Europa, Oriente Médio e África (EMEA) em 4,8%, bem como na Ásia-Pacífico (APAC) em 4,4%. Além disso, à medida que a inflação desacelerou, o crescimento real excedeu o crescimento nominal em 2023, resultando em riqueza global ajustada pela inflação crescendo em quase 8,4%.
 
 
Embora a riqueza global esteja em uma trajetória ascendente constante desde 2008, o ritmo de crescimento perdeu força em quase todos os mercados. A última edição do Global Wealth Report, agora em seu décimo quinto ano, destaca os seguintes temas regionais e demográficos:
 
 
Em 2023, os adultos da EMEA (Europa, Oriente Médio e África) eram os mais ricos em média (US$ 166.000), seguidos pela APAC (US$ 156.000) e pelas Américas (US$ 146.000), mas sua riqueza média cresceu no ritmo mais lento desde 2008, em torno de 41%, em comparação com 122% na APAC e 110% nas Américas no mesmo período.
 
 
A riqueza geral cresceu mais rapidamente na APAC – em quase 177% desde 2008 – e foi acompanhada por um aumento significativo na dívida, que cresceu mais de 192% no mesmo período.
 
 
Embora as Américas tenham ficado atrás da recuperação da riqueza global em 2023, os Estados Unidos, em particular, contrariaram a tendência de desaceleração do crescimento ao longo do tempo, aumentando sua taxa de crescimento anual composta de 4% entre 2000-2010 para 6% entre 2010-2023. Segundo dados da Oxfam, 63% da riqueza do Brasil, por exemplo, está nas mãos de 1% da população; 50% dos mais pobres detêm apenas 2%.
 
 
O relatório da UBS acrescenta que o crescimento negativo da riqueza em dólares americanos entre o início da segunda década e 2023 só foi encontrado na Grécia, Japão, Itália e Espanha.
 
 
Em nível de mercado individual, a Suíça continua no topo da lista de riqueza média por adulto, seguida por Luxemburgo, RAE de Hong Kong e Estados Unidos.
 
 
Os maiores aumentos de riqueza em 2023 ocorreram na Turquia, Catar e Rússia, com a Turquia deixando todos os outros para trás com um crescimento impressionante de 157%.
 
 
Atualmente, os Estados Unidos, seguidos pela China Continental e o Reino Unido têm o maior número de milionários em USD, com os EUA respondendo por 38% dos milionários globais. Até 2028, de acordo com a previsão do relatório, o número de adultos com riqueza acima de USD um milhão terá aumentado em 52 dos 56 mercados analisados, e estima-se que cresça 50% em Taiwan.
 
 
Embora a riqueza média seja significativamente maior do que a riqueza mediana em quase todos os mercados incluídos na amostra do relatório, os Emirados Árabes Unidos, a Alemanha, a Suíça, Israel e o México, entre outros, mostraram um crescimento mais forte na riqueza mediana em comparação à média desde 2008. Isso indica que adultos em faixas de riqueza mais baixas viram sua riqueza aumentar mais rápido do que aqueles em faixas mais altas.
 
 
Embora a desigualdade tenha tendido a aumentar ao longo dos anos em mercados de rápido crescimento, ela diminuiu em várias economias maduras desenvolvidas e, globalmente, o número de adultos na faixa de menor riqueza está em constante declínio, enquanto todos os outros estão em constante expansão.
 
Não é o que parece que acontece no Brasil, onde segundo estudo 40% dos mais pobres ganha R$ 253,95 per capita; os 50% intermediários detém R$ 1.530,96 por pessoa na família, em média. Os 10% mais ricos ficam com R$ 7.933,66 per capita; Se toda a riqueza fosse dividia de forma equitativa, o valor seria de R$ 1.644 por pessoa. 
 
Mobilidade da riqueza e transferência horizontal de riqueza
 
De acordo com o relatório, em todas as faixas de riqueza e em qualquer horizonte de tempo, é consistentemente mais provável que as pessoas subam na escada da riqueza do que desçam. Na verdade, a análise mostra que cerca de um em cada três indivíduos se move para uma faixa de riqueza mais alta em uma década e, em um período de trinta anos, a chance de escapar da faixa de riqueza mais baixa sobe para mais de 60%.
 
 
Esta informação destoa do estudo da 12ª edição do boletim Desigualdade nas Metrópoles, de 2023, que informa aumento da desigualdade. Cerca de 10% mais ricos ganham 31 vezes o salário dos mais pobres nas regiões metropolitanas.
 
 
 
Fonte: UBS
 

 

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