Nos últimos 43 anos, toda e qualquer matéria legal de interesse dos trabalhadores foi apreciada pelo Diap. Neste dia 19, o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar faz aniversário.
Mantido por mensalidades das entidades sindicais, o Diap também produz livros e manuais, de onde vem parte de sua receita. Uma dessas publicações, todo ano, é “Os Cabeças do Congresso”, com os parlamentares mais influentes, articulados e efetivos.
HISTÓRIA
A Agência Sindical entrevistou o jornalista e escritor Antônio Augusto de Queiroz (o Toninho do Diap), que atua na instituição desde a fundação. “Comecei como estagiário, pra acompanhar agendas políticas e também cuidar de questões administrativas”, relembra. Durante décadas foi seu Diretor de Documentação e, ainda hoje, atua junto ao Diap. Agora, está concluindo o “Manual do Eleitor e do Candidato”.
Não há como falar do Diap sem citar seu idealizador, o advogado, escritor e palestrante Ulisses Riedel de Rezende. Aos 92 anos, ele segue como diretor-técnico, cuidando também da União Planetária, organização dedicada à cultura da paz. À frente da UP, Ulisses Riedel, agora, oferece de graça a universidades o curso “A ciência da Paz” – 17 universidades públicas já aderiram. Ativo também na TV, um dos seus programas é o “Pedagogia das Virtudes”.
Mesmo com as finanças afetadas pela reforma trabalhista de Michel Temer, o Diap não se dispersou. E Toninho, por obra de sua rede de relações em Brasília, conseguiu com que cada membro da equipe seguisse cuidando de orientar o sindicalismo, oferecer pareceres ou ir a campo no contato com deputados e senadores para tratar de matérias ligadas ao mundo do trabalho.
Dispensa – Ainda antes da Assembleia Constituinte, o Diap já produzia conteúdo, que seria depois debatido pelos constituintes. Caso do Projeto Número 1, que visava impedir a demissão sem justa causa. Por força de manobra parlamentar típica (Gastoni Righi), remeteu-se o tema para eventual lei complementar. E assim ficou.
Nos primórdios, o Diap era presidido por Geraldo Bentes, do Senalba DF, tendo na linha de frente, além de Toninho e Geraldo, a jornalista e professora Arcelina Helena Publio Dias, autora do “Crônicas do Salário Mínimo”, livro que relata sua vivência na casa de família cuja renda era um mínimo. Ela também editou o Jornal do Diap, distribuído ao sindicalismo nacional. “Utilizávamos a cota de correio dos senadores Saturnino Braga e Maurício Corrêa”, conta Antônio Augusto.
Afora as dezenas de projetos de interesse da classe trabalhadora, o Diap conseguiu influir na parte formal da Constituinte. Propôs as votações nominais, o debate nas comissões e também participação da sociedade. O senador Fernando Henrique Cardoso, então relator do Regimento, acatou as propostas, entre elas gravação das sessões e sua publicização.
Insucesso – Embora exercesse influência efetiva nos debates (mobilizando também as direções sindicais), nem tudo passou na Assembleia Nacional Constituinte. Toninho comenta: “De mais estratégico, não conseguimos avançar com a reforma agrária e a redução gradativa da jornada de trabalho pra 40 horas semanais”.
Livros – Ainda antes da instalação da Assembleia Nacional, o Diap publicou o livreto “Quem é quem na Constituinte”, prefaciado pelo histórico jornalista Carlos Castelo Branco. Imediatamente após o encerramento da Assembleia Nacional, saiu o “Quem foi quem na Constituinte”, com o perfil de todos os participantes e seus votos “nas matérias de interesse dos trabalhadores”. Entre os muitos que permanecem na política, Lula tirou Nota 10; já Guilherme Afif Domingos, zero.
Preside o Diap atualmente a sindicalista Rita Serrano, que construiu carreira na Caixa Econômica Federal. Segundo Antônio Augusto de Queiroz, “ela deve dar impulso às questões de formação, qualificação e conscientização, inclusive quanto à postura e voto dos parlamentares no tocante a temas como defesa do meio ambiente”. Outra ideia é promover Seminários por Região. Quanto à Cartilha de orientação a candidatos e eleitores, deve sair até março.
MAIS – Site do Diap – Telefone (61) 3225-9704.
Fonte: AgÊncia Sindical